Ernani Clarete da Silva , Professor – Pesquisador, Dr. em Genética e Melhoramento Vegetal
UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÃRIO VELLANO – UNIFENAS FACULDADE DE AGRONOMIA – Cx Postal 23 -37130-000 – Alfenas – MG Tel. 35 3299.3119 – Fax 35 3299.3282 – clarsil@bol.com.br
Plantas com 60 dias do plantio dos brotos (3 cultivares x 07 tipos de substratos (Foto: Ernani C. Silva)
*Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido pela aluna Andressa Barbosa Giusto como exigência do curso de Agronomia da UNIFENAS. Colaboraram neste trabalho o pesquisador científico do IAC, PhD José Alberto Caram de S. Dias e o aluno do 60 Período de Agronomia, Gabriel Mascarenhas Maciel.
INTRODUÇÃO
O Brasil, em termos de produção de batata (Solanum tuberosum L. ) sempre esteve na dependência da batata – semente importada. Esta dependência é devido a necessidade de importações de países da Europa Ocidental, como Holanda, Alemanha e Suécia, onde as condições climáticas anulam o desenvolvimento de viroses. Tais importações representam um significativo montante em dólares que são evadidos do país anualmente (6 a 9 milhões). As importações brasileiras de batata – semente em 2002-2003, segundo ANABA Associação Nacional da Batata, citada por Batata Show (2003), foram da ordem de 2.734,52 toneladas com 52,50% deste total proveniente da Holanda e o restante do Canadá, Chile, Escócia, França e Alemanha. As primeiras observações sobre moléstias de vírus da batata em lavouras brasileiras são bem antigas e foram feitas por Puttemans (1935), Costa e Krug (1937) e Silberschmidt (1937). Estes autores atribuíram às viroses os mais sérios prejuízos econômicos que se verificavam na cultura da batata, principalmente no que se refere à degenerescência do material importado o que dificulta a produção de batata semente nas condições brasileiras. No Brasil, usualmente, os brotos de batata semente importada, são descartados como prática fitotécnica executada antes do plantio com o objetivo de aumentar a taxa de multiplicação dos lotes pela quebra da dominância apical. Como este material é livre de viroses, a utilização do mesmo tem sido considerada uma prática promissora na produção de minitubérculos a serem usados posteriormente como batata semente de alta sanidade. Esta prática tem sido considerada uma possível alternativa para a redução de custos. Que tipo de substrato e quais cultivares de batata são mais adequadas a este sistema ainda carecem de investigação o que gerou na Universidade de Alfenas, uma linha de pesquisa abrangendo este tema.
METODOLOGIA UTILIZADA
O experimento foi conduzido no Setor de Olericultura e Experimentação da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS) em 2003. Utilizou-se uma estrutura de proteção de 85 m2 (17 m x 5 m), modelo capela, com cobertura de plástico transparente de 100 micra de espessura aditivada contra raios ultavioletas. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, em esquema fatorial 7 x 3 com três repetições. Os fatores estudados foram 7 formulações de substrato: [Terra autoclavada; Terra autoclavada + Plantmax (2:1); Terra autoclavada + Fibra de coco (2:1); Fibra de coco; Plantmax; Plantmax + Casca de arroz carbonizada (2:1) e Vermiculita] e três cultivares fornecedoras de brotos (Asterix, Monalisa e Ãgata). Os brotos, com média de 2 a 3 cm de comprimento, foram destacados de tubérculos de batata importados, de alta sanidade e principalmente livre de viroses.
Posteriormente os mesmos foram plantados em sacolas de plástico de 1,8 dm. Os substratos utilizados apresentavam as seguintes composições: Plantmax HT: produto compostado e estabilizado com cascas processadas e enriquecidas, vermiculita expandida, turfa processada e enriquecida, desenvolvido especificamente para a produção de mudas de solanáceas e brássicas; Fibra de Coco N.o 47: substrato formulado a partir de 100% de fibra de coco, de textura fina, indicado principalmente para formação de mudas em bandejas e tubetes; Bio Rica Vermiculita: substrato a base de vermiculita, enriquecido com microorganismos benéficos, composto vegetal e fosfato natural; Casca de Arroz Carbonizada: casca de arroz submetida a um processo de incineração em incinerador de fogo brando; Terra Autoclavada: terra submetida a uma temperatura de 121°C em autoclave. As características avaliadas foram: número de minitubérculos por planta, peso médio de minitubérculos e produção de minitubérculo por planta.
RESULTADOS
Número de minitubérculo produzido por planta: O maior número de minitubérculos aptos a serem usados como semente foi produzido pela cultivar Ãgata enquanto os substratos Plantmax e Fibra de Coco, apresentaram significativamente os melhores desempenhos (Tabela 1). Em termos práticos, esta característica é importante já que é desejável uma maior produção de minitubérculo por brotos o que certamente terá influência positiva na redução de custos. A cultivar Asterix e o substrato terra autoclavada foram os fatores que apresentaram os piores resultados (Tabela 1).
Peso médio de minitubérculo: As cultivares Asterix e Monalisa foram as que apresentaram minitubérculos com maior peso sendo observado o pior desempenho com a cultivar Ãgata (Tabela 2). Entretanto, este fato não inferiorizou esta cultivar já que produção desta cultivar pode ser usada normalmente como batata – semente. Quanto aos substratos, o melhor desempenho foi verificado com Plantmax e Plantmax mais casca de arroz carbonizada e pior desempenho com a terra autoclavada (Tabela 2).
Produção de minitubérculo por planta: Os melhores resultados foram observados com a cultivar Monalisa e o substrato Plantmax (Tabela 3).
CONCLUSÃO: As cultivares Monalisa e Ãgata são mais indicadas para produção de minitubérculos através de brotos destacados de batata – semente. Os substratos Plantmax e Fibra de Coco são mais indicados para este fim não sendo aconselhável o uso de terra autoclavada. Trabalhos envolvendo outras cultivares, e outros substratos são sugestões de pesquisas a serem implementadas na Universidade.
Bibliografia: Consulte autor
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