EVARISTO M. NEVES – Professor Titular do Depto. de Economia, Administração e Sociologia, ESALQ/USP – CP: 9, Piracicaba/SP, 13418-900. emneves@esalq.usp.br, LUCIANO RODRIGUES – Graduando em Engenharia Agronômica, lurodrig@esalq.usp.br MARIAM DAYOUB – Graduanda em Engenharia Agronômica, bolsista PIBIC/CNPq, dayoub@esalq.usp.br DIOGO S. DRAGONE – Pós-graduando em Economia Aplicada, sdragon@esalq.usp.br
ESALQ/USP
INTRODUÇÃO
Estatísticas sobre mercados e demanda brasileira por defensivos agrícolas revelam que as culturas da soja, do algodão, da cana-de-açúcar, do milho e de citros representaram, em 2001, cerca de 69 % dos dispêndios totais (US$ 2,288 bilhões) com defensivos agrícolas (Tabela 1). Impressiona a participação relativa da soja com 34,0 % (US$ 778 milhões), do algodão com 10,6% (US$ 243 milhões) e da cana-de-açúcar com 10,1% (US$232 milhões). A Tabela 1, que mostra os dispêndios totais para o quinquênio 1997-2001, evidencia o peso destas culturas nos gastos anuais com defensivos agrícolas.
A cultura da batata, com gastos de US$ 61,4 milhões, em 2001 ocupou o 10 o lugar, o mesmo ocorrendo nos anos 1999 (US$ 71,7 milhões) e 2000 (US$ 61,7 milhões). No Brasil, denota-se que a cultura da soja gasta cerca de 10 vezes mais em relação aos dispêndios com a batata (Tabela 1).
Estas estatísticas sobre gastos totais não fornecem informações que evidenciem a importância de cada cultura em seu dispêndio relativo (gasto/hectare), indicador de requerimentos e exigências da cultura no controle de pragas, moléstias e plantas daninhas. Como é sobejamente conhecido, há culturas que são extremamente sensíveis aos ataques e incidência de pragas, doenças e plantas daninhas, exigindo maiores cuidados e gastos nos tratos culturais.
Neste caso, a batata se destacaria por ser conhecida como uma cultura que requer e consome quantidade considerável de defensivos agrícolas por unidade de área (hectare)?
Dada às características da bataticultura, os gastos por classe de defensivos (fungicidas, inseticidas, herbicidas, acaricidas e outras) se nivelam, isto é, são quase iguais e constantes? As seções a seguir respondem estas questões
DISPÊNDIOS RELATIVOS DAS PRINCIPAIS CULTURAS BRASILEIRAS (GASTOS/HECTARE)
Para a determinação do dispêndio relativo por cultura (Tabela 2), para o quinquênio 1997- 2001, efetuou-se a divisão dos dispêndios totais (Tabela 1), obtidos junto ao Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola) pela área cultivada anual, via informações obtidas junto a FIBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Embora a relação se apóia em duas fontes de informação diferentes e não separa a batata por safra, representa para a indústria de defensivos agrícolas um importante sinalizador de consumo e demanda por seus produtos.
A determinação dos gastos por unidade de área (hectare) posicionou a batata em 3 o . lugar ao longo do período analisado (1997- 2001), precedido pelas culturas de tomate e maçã (Tabela 2). É interessante notar que a área plantada no Brasil com uma determinada cultura, não revela suas exigências e gastos por unidade de área no controle de insetos e moléstias. Chamou a atenção, em termos de dispêndios totais, que a soja tenha contabilizado 34 % (US$ 778 milhões) das aquisições em defensivos agrícolas em 2001 com todas as culturas cultivadas no Brasil, porém, na determinação do gasto médio/hectare se posicionou em 8 o . lugar (US$ 55,84/ha), gastando, na média brasileira, 7 vezes menos que a batata (US$ 403,33).
GASTOS RELATIVOS POR CLASSE DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS (US$/HECTARE)
Verifica-se pela Tabela 3 a importância dos fungicidas e inseticidas na decomposição dos gastos relativos (US$/ha) com defensivos agrícolas na ataticultura. Em 2001, no comparativo com as demais culturas, na média brasileira, a batata se colocou em 3 o . lugar no gasto relativo (US$/ ha) com US$ 403,33/hectare, precedida pelo tomate e maçã (Tabela 3). Quando se decompõe este gasto por classe de defensivos, verifica-se que os fungicidas representaram 57,3% (US$ 231,09/ha) e os inseticidas 38,0% (US$ 153,42/ha), somando 95,3% do total de gasto relativo (US$ 403,33/ha). NEVES e OUTROS (2002), considerando as culturas analisadas (14), no caso dos fungicidas, estimaram que a batata, na média brasileira, se posicionou em 3 o . lugar (US$ 231,09/ha), precedido pela maçã (US$ 451,23/ha) e tomate (US$ 334,02/ha). No caso dos inseticidas, a batata ocupou o 3 o . lugar (US$ 153,42/ha), se posicionando atrás do tomate (US$ 333,72/ ha) e do algodão (US$ 161,53/ha).
Em resumo: verifica-se a importância da bataticultura nos gastos relativos (US$/ha) associados à aplicação de defensivos agrícolas, de significativa participação no custo de produção da cultura. Em termos relativos, no comparativo da análise realizada com as 14 principais culturas brasileiras, a batata é precedida pelo tomate e pela maçã nos gastos/hectare com defensivos agrícolas. Denota-se ainda, que os fungicidas e inseticidas tem enorme peso na decomposição de custos com defensivos agrícolas na batata, representando ao redor de 95,3% nos gastos/hectare em 2001.
Tal participação permanece praticamente a mesma no período considerado (1997- 2001). Embora estas estatísticas devam ser tomadas com cautela, pois foram feitos cruzamentos de dados de fontes diferentes, revelam os cuidados que os bataticultores devem assumir nos tratos culturais com a aplicação de defensivos agrícolas, face o considerável peso que a defesa fitossanitária tem no custo operacional da batata.
Literatura Consultada – consulte o autor
A edição número 14 da Revista Batata Show traz para você informações técnicas, comerciais, institucionais, de consumo, legislações, cadeia produtiva de batata do exterior, fotos interessantes relacionadas à batata, etc. A partir desta edição,...
Estimados amigos de Batata Show:Deseo agradecerles por el envío de vuestra revista y felicitarlos por la excelente calidad ya sea por el contenido de losartículos como de la impresión, papel, etc. Muchas gracias otra...
A evolução da parceria entre a ABBA e as 29 empresas parceiras vem evoluindo gradualmente.Recentemente em agosto de 2002, estivemos participando do lançamento de 2 produtos: Biozyme – SIPCAM em Florianópolis (SC) e Sensor...
Vinicius Henrique Bello, Luis Fernando Maranho Watanabe, Bruno Rossito de Marchi, Felipe Barreto da Silva, Lucas Machado Fusco, Eduardo Vicentin, Eduardo da Silva Gorayeb, Regiane Cristina Oliveira de Freitas Bueno, Cristiane Müller*, Marcelo Agenor...