A sarna prateada era uma doença considerada secundária na cultura da batata. Normalmente, constituía-se problema durante o armazenamento, onde sua ocorrência estava associada à desidratação de tubérculos ao longo do período de permanência na câmara fria, dando abertura para a invasão de outros microorganismos apodrecedores (ASSCHEMAN et al, 1996; HOOKER, 1981; LOPES e REIFSHNEIDER, 1999; RICH, 1983; ROWE, 1993; SOUZA-DIAS e IAMAUTI, 1997). Nos últimos tempos essa doença tem se tornado fator de depreciação de mercado, tal tem sido a incidência em tubérculos para consumo, face ao aumento do fungo e distribuição generalizada nos solos e a dificuldade e inconsistência nas medidas de controle. Altas incidência e severidade de sarna prateada foram observadas em tubérculos de batata colhidos em área experimental do IAPAR nunca cultivada com a espécie, no Norte do Paraná, em plantio de inverno.
Os sintomas da doença se caracterizam pelo aparecimento de manchas irregulares escuras e com um brilho prateado sobre a epiderme do tubérculo (ASSCHEMAN et al, 1996; HOOKER, 1981; RICH, 1983). Esse brilho se torna mais evidente quando o tubérculo é lavado e ainda está molhado (Figura 1). Por isso, se deu o nome da doença. Essas manchas podem coalescer e tomar quase toda a superfície do tubérculo. Se o tubérculo for colhido com o solo úmido, pode-se observar a intensa produção de esporos do patógeno nas lesões.
Apesar das lesões serem muito superficiais durante a época da colheita, as perdas ocorrem devido à lavagem dos tubérculos para posterior comercialização. Aqueles tubérculos que estão visivelmente atacados são descartados no processo de classificação e embalagem.
Não se dispõe de muitas informações sobre a epidemiologia de H. solani em nossas condições. No Hemisfério Norte, afirma-se que é necessária alta umidade para a doença progredir e que o retardamento da colheita agrava o problema (HOOKER, 1981; RICH, 1983; ROWE, 1993).

Figura 1 – Sintomas de sarna prateada em tubérculo de batata, com evidência da esporulação enegrecida de H. solani sobre as lesões
Sugestões para controle antes do plantio (prevenção)
• Sobrevivência do fungo: não se dispõe de informações detalhadas sobre a forma de sobrevivência deste fungo. De acordo com a literatura, a principal forma de sobrevivência e propagação do patógeno é através do tubérculosemente e a transmissão pelo solo ocorre com menor importância. Esse fungo não tem outros hospedeiros. Muitos produtores têm encontrado problemas com sarna prateada e afirmam ter tido dificuldades com o controle. No Norte do Paraná tem sido encontrada alta incidência da doença em tubérculos colhidos em área nunca submetida ao plantio da cultura. Este fato, portanto, induz a conclusão de que H. solani é eficientemente transmitido pela semente, ou ele é cosmopolita e se encontra sobrevivendo na natureza de forma saprofítica muito habilmente. Desta forma, deve-se fazer uso de semente certificada e sadia para diminuir a chance de problemas futuros.
• Escolha de cultivar: não se dispõe de informação sobre resistência de cultivares ao patógeno, no entanto, os sintomas são mais facilmente visíveis em cultivares de pele rosada ou avermelhada.
Sugestões para controle após o plantio (medida curativa)
• Manejo da cultura: como a doença é intensificada com o atraso na colheita, recomenda-se que se processe essa operação tão logo a periderme esteja firme.
• Controle químico: conforme recomendações citadas na literatura internacional, sugere-se o uso de fungicidas do grupo dos benzimidazóis. Contudo, relatos de produtores indicam a perda de eficiência no controle e há ocorrência de estirpes do patógeno resistentes a esse grupo de fungicidas.
• Manejo do tubérculo-semente: Como a sarna prateada é uma doença que avança em seu esenvolvimento durante o armazenamento, qualquer medida de controle químico deve ser tomada no final das operações de classificação, antes do armazenamento, para que haja a paralisação do processo de infecção. Eventualmente, um repasse na semente antes do plantio, para eliminar os tubérculos com sintomas, pode diminuir os problemas no campo posteriormente.
Nilceu R.X. de Nazareno
nilceu@iapar.br
Pesquisador III – Instituto Agronômico do Paraná
www.iapar.br
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