Os preços “simbólicos” da batata consumo, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro de 2007, podem ser considerados como os indicadores da maior crise da história do segmento produtor da batata no Brasil.
Destacamos como as principais causas que contribuíram para a ocorrência desta crise os seguintes fatores: excesso de produção, a variedade Ãgata e a política de preços para consumidores finais.
O excesso de produção está relacionado, principalmente, aos bons preços recebidos no mesmo período do ano anterior. Esta “memorização” incentivou o aumento da área plantada e o plantio fora de época em várias regiões.
O resultado desta “memorização” resultou em uma catástrofe caracterizada pelo abandono de milhares de hectares no campo sem colher e milhares de toneladas jogadas no lixo. Como sempre, a grande mídia informou, várias vezes em cadeia nacional no horário nobre, que os produtores preferiam jogar batata no lixão a doar para a população carente. A verdade, como sempre, é preterida pelo sensacionalismo.
Os produtores ofereceram batatas para serem doadas, porém teriam de “pagar” para fazer a doação, ou seja, levar até a população carente.
A contribuição da variedade Ãgata (atualmente mais de 70% da produção nacional) na maior crise da história da produção já vinha sendo anunciada como um “tiro no pé” dos produtores há vários anos. A justificativa deste “balaço” esta relacionado diretamente a insatisfação crescente dos consumidores, pois as características culinárias são insatisfatórias; nas residências, hotéis, restaurantes, etc., os tubérculos brotam rapidamente, esverdeiam, murcham e apodrecem.
Diante desta situação, a alta produtividade que poderia ser favorável a todos acaba sendo, na prática, também um “tiro no pé”, pois inunda o mercado de “porcaria” e provoca, cada vez mais, a retração do consumo. É comum os consumidores afirmarem que a batata de hoje em dia não se compara a “binge” de antigamente.
A política de preços para os consumidores finais também contribuiu para o agravamento da crise pois, ao invés de ocorrer um repasse dos baixos preços, muitos varejistas acrescentaram grandes margens de lucro. No auge da crise enquanto a batata especial era vendida pelos produtores por menos de R$ 0,10/kg, os consumidores tinham que pagar mais de R$ 1,00/kg. Acreditamos que não se trata de uma situação de mercado, ou seja, de oferta e procura, mas sim, de total falta de respeito aos consumidores. Isso é normal em um país onde culturalmente se pratica o tempo todo “a Lei de Gerson”.
A maior crise da história da batata nos permite concluir em definitivo que devemos organizar profissionalmente a Cadeia Brasileira da Batata pois, através desta organização, poderia se evitar total ou parcialmente esta tragédia.
Atualmente nem o clima tem colaborado.
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